quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Grandolangular

Eppur si muove, ensinou-nos um homem que, ao espreitar pela boca da serpente, nos viu tão pequenos e transrotacionais como outra coisa qualquer que não seja o sol (e mesmo esse!); e ao nos ver assim, pequenos, nos fez dar passos pequenos em frente, ao ritmo dos passos de um coro alentejano, muitos passos pequenos pisando lentamente a terra como quem inicia grandes viagens.

Isto não acabou! A história está aí para quem a quiser ver. O futuro é o amanhã que espreitamos, por um buraco pequeno de uma reflex, com uma objetiva grande angular, para o vermos largo - já ao largo! - e não perdermos nada do que ele nos traz, nem deixarmos que alguém, outra vez, impeça que se faça futuro. E ainda virá a boçalidade, a descrença, a traição, a divisão - inquisições por homens e mulheres cheios da religiosidade do tempo. E virá quem não vê que os passos estão unidos e que o rumo se move. Ontem no entanto, hoje portanto.

Novos verbos com velhos símbolos. Cidades que ordenam ruidosamente o silêncio aos tribunos da austeridade, aos trambiqueiros, aos possessos do mercado, aos eunucos bem comportadinhos que querem deixar o lobo zurrar. Grândola Vila Morena cantada contra o medo - atirada de frente, como escudo e lança, contra a medievalização da terra. Tomem lá!

Grandolemos, Grandolizemos, Grandoloquentemos. Tiremos o retrato do futuro nesta Grandolangular! "O Povo é quem mais Ordena!"

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