segunda-feira, dezembro 19, 2005

Presidenciais

Passou algum tempo desde o meu último post! Não é que tenha recebido muitas recomendações para "voltar" (seguramente não terei muitos leitores), mas esta é uma actividade a que gostaria de dedicar mais tempo, o que, obviamente, não tem sido possível.

A actualidade política nacional tem sido dominada pelas presidenciais de Janeiro. Tenho visto com atenção todos os debates nas televisões, tenho acompanhado o que dizem os candidatos, às vezes o que não dizem mas queriam dizer...
Não sou imparcial (alguém o é?), e apoio por convicção o Jerónimo de Sousa. Tenho nesta candidatura uma grande confiança, e tenho confiança no apoio que o povo português lhe dará.
Em relação aos outros candidatos, havia mais coisas a dizer do que aquelas que posso: um Cavaco salazarento que se esconde no silêncio , que procura fazer esquecer os dez anos de depauperação do Estado, de despedimentos massivos, de incitamento a uma cultura de "cunhas", em suma, escondendo a sua face de homem da direita mais reaccionária, fazendo-se passar por transversal e independente; um Manuel Alegre metido num Quadrado sem metáforas, cinzento, vazio, perdido, parecendo desesperado nas suas intervenções; um Louçã demagogo, dono de uma verborreia que já começa a cansar até quem um dia achou piada ao que ele dizia (o velho problema da forma e do contéudo: neste caso, muita parra pouca uva, falar muito para não dizer nada), capaz de chamar a debate questões por ele claramente deturpadas, apelando à "emoção" da lembrança e assumindo uma inspiração descontextualida ao referir-se a João Amaral e a Lino de Carvalho no debate com Jerónimo de Sousa (na minha opinião um golpe baixo, de quem não tem carácter, de quem está disposto a tudo para mais uns votos); um Mário Soares fora de forma, a tossir demasiado e, enfim, a brindar os portugueses com mais uma demonstração (das muitas que ao longo da segunda metade do século XX ele nos brindou) de demagogia pura, "arrogando-se" em dono da verdade (lá experiente ele é!), mas não conseguindo esconder que o que ele tem são várias verdades, de ocasião, portanto, diversificadas mentiras.

Por muito que as sondagens já garantam a vitória ao Cavaco, ainda acho que uma solução não-tão-má é possível. Até dia 22 de Janeiro muita tinta há-de correr, muita coisa vai ser dita.
E porque não garantir uma solução boa? Fica a dica...