Comemoramos,
no próximo dia 25 de abril, os 41 anos do "dia inicial inteiro e
limpo", o dia libertador em que os militares revoltosos colocaram um
ponto final no estado a que tínhamos chegado, após 48 anos de uma
ditadura
marcada pelo obscurantismo, pela negação da liberdade de associação,
pela
repressão, por uma guerra que ceifou milhares de vidas humanas.
Homenageamos
neste dia, também, o cumprimento do dever de desobediência dos milhares
de
portugueses que, por todo o país, saíram imediatamente para a rua,
apoiando as
acções militares e garantindo o carácter revolucionário do derrube do
fascismo
e da alteração institucional que se seguiu, materializada na
Constituição da
República aprovada em 1976.
41 anos após esse dia não é demais lembrar que, se hoje temos consagrados o direito a uma democracia política, à segurança social, saúde e educação universais, o devemos aos valores em si inscritos.
41 anos após esse dia não é demais lembrar que, se hoje temos consagrados o direito a uma democracia política, à segurança social, saúde e educação universais, o devemos aos valores em si inscritos.
Comemorar o 25
de abril não é um exercício de demagogia, de colocar o cravo na lapela à
hora marcada e evocar conceitos gerais de redenção, em discursos
floridos - que, pelo seu caráter geral, cabem em qualquer boca!
Comemorar o 25 de abril é lembrar 41 anos de resistência ativa dos
trabalhadores portugueses; é lembrar que os direitos e os deveres que
ainda temos a nós os devemos; é lembrar que as liberdades e garantias
que a forma da Revolução encerra é o inimigo principal daqueles contra
quem a Revolução se fez, tendo-os atacado desde a primeira hora:
degradando, lei a lei, governo a governo, mais às escuras ou mais às
claras, o que conquistámos com sacrifício (tantas vezes manchado a
sangue).
Num momento em que, 41 anos depois, trabalhamos
mais e mais horas, recebemos menos pelo nosso trabalho, pagamos mais por
serviços que perdem qualidade (e que, muitas vezes, nos negam), em que
vivemos a incerteza do dia de amanhã - do médico para quando estivermos
doentes à escola para os nossos filhos, ou à reforma para o nosso
cansaço -, comemorar o 25 de abril é um acto de Liberdade! Esquecer esta
data, por outro lado, é legitimar o roubo a que somos sujeitos, é
aplaudir a corrupção que rodeia as privatizações ou o financiamento da
banca, é achar normal o desemprego e a emigração, é dar espaço a que,
quando todos falam em crise, os ricos continuem a enriquecer e os
remediados engordem os números dos pobres.
"25 de
Abril, Sempre" não é uma palavra de ordem vazia - a realidade confirma
que Abril não é demais! Comemorar o 25 de abril é lutar! E ser solidário
com todos os trabalhadores em luta - lutar com todos e por todos! A
Revolução que comemoramos tem como responsáveis todos os que lutaram
por ela e que a defenderam. O "estado a que chegámos" tem os seus
culpados - juntos, iremos derrotá-los e faremos Abril de novo!
excerto de PCPinforma CM/SMAS