sexta-feira, junho 18, 2010

Os sinos dobram por nós

Penso que este país irá definhar, à medida que os Homens que o fazem morrerem. Ficam as máquinas, os números, os índices, os seres do "sim senhor", do "isto é mesmo assim"... Não me interessa minimamente o que não é substantivo, porque mesmo na diferença só é relevante a diferença que fazemos nos outros, e para isso é necessária humanidade.

O John Donne disse e o Hemingway imortalizou: "não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti." Estranhamente, não sei se com esta inspiração, em 1998 o Saramago lia em Oslo um discurso que todo ele acabava com sinos a rebate, numa evocação de um episódio passado numa aldeia italiana. Não seremos iguais depois de hoje e os sinos dobram por nós.