Assim em jeito de começo de carta, logo após a indicação "Vila Franca de Xira, 27 de Agosto de 2012":
Meu Querido mês de Agosto
Voltas de longe, vais até para o ano, e sempre, sempre, para quem normalmente fica, és uma ausência a que ninguém se importa - desincomodada no trânsito, nos telefonemas, no silêncio quase solidão do trabalho. Mas nunca, nunca, ansiei que partisses para outra fronteira e outro tempo, como agora o anseio - à espera, eu, de outro mês que traga as pessoas ao trabalho e, com elas, que traga as respostas que anseio, que traga o trabalho.
Lânguido em lânguido, mas eu nem por isso sou impossivelmente mole, triste ou me deixo ficar expectante. És um mês mudo num tempo calado e eu já sei que não sou daqui. Quero a acção e quero ser quem sou - não, não quero isto, aqui, mole, triste e expectante.
Estamos quase. Para o ano talvez te veja em inverno.
Agora, acaba bem!
Meu Querido mês de Agosto
Voltas de longe, vais até para o ano, e sempre, sempre, para quem normalmente fica, és uma ausência a que ninguém se importa - desincomodada no trânsito, nos telefonemas, no silêncio quase solidão do trabalho. Mas nunca, nunca, ansiei que partisses para outra fronteira e outro tempo, como agora o anseio - à espera, eu, de outro mês que traga as pessoas ao trabalho e, com elas, que traga as respostas que anseio, que traga o trabalho.
Lânguido em lânguido, mas eu nem por isso sou impossivelmente mole, triste ou me deixo ficar expectante. És um mês mudo num tempo calado e eu já sei que não sou daqui. Quero a acção e quero ser quem sou - não, não quero isto, aqui, mole, triste e expectante.
Estamos quase. Para o ano talvez te veja em inverno.
Agora, acaba bem!