sexta-feira, janeiro 28, 2011

Elogio da União – Reflexões sobre o jantar

As encruzilhadas colocam aos indivíduos e às organizações que nelas se encontram dúvidas de estratégia e táctica posicional que, indelevelmente, definem o seu caminho. A sua sustentabilidade é posta à prova na forma como encaram essa situação - no impasse que antecede a decisão e no assumir as consequências dos passos tomados, no lidar com o de bom ou de mau advém dessa decisão.
Por sinónimo, encruzilhadas são também cruzamentos e entroncamentos, espaços de encontro e convergência.

O jantar do passado dia 7 de Dezembro, foi um momento de encontro duma e numa instituição com uma história e um património, especialmente o imaterial, que lhe confere uma identidade que é motivo de orgulho e razão de esperança. Os homenageados, mais ou menos mediáticos, reflectiram a importância de um clube e da cidade da qual é consequência, na saúde e na doença, em testemunhos emocionados e emocionantes da sua ligação à realidade que é a de todos nós, os que já suámos e suamos a camisola do União, para as vitórias, os empates (impasses?) e as derrotas. A encruzilhada em que o União se encontra, pois, embateu suavemente numa superfície de amizade e de afirmação de vontade de dar os passos necessários à prossecução deste caminho que é o sonho de várias gerações de vilafranquenses.
Se o estado a que chegámos provoca inquietações, a verdade é que quem esteve naquele jantar não presenciou um velório e, desse modo, estas palavras não formam um epitáfio, nem têm a razoabilidade cínica dos treinadores de bancada que fariam tudo de forma totalmente diferente mas que nunca fazem nada, nem sequer é um exercício entediante e esotérico cheio de um o-que-poderia-ter-sido que ninguém nunca tentou sequer dar hipótese a errar. Não, o União está vivo! No corpo que tem, o sangue corre e o cérebro discorre, há vontade, há reflexão, há discussão, há força, há esperança...

A estratégia, que subentende um objectivo a atingir, está delineada – materializar um clube competitivo a nível regional e nacional. A táctica, enquanto organização das transições de defesa e ataque em cada momento, merece solidariedade e apoio.
A gestão de um grupo de homens e mulheres, como a de um plantel, deverá ser feita de modo a potenciar os indivíduos, enquadrar esse potencial nos processos da equipa, mobilizar os que se equipam e os que apoiam da bancada. Só assim se consegue e faz sentido prosseguir as vitórias e atingir os objectivos.
Naquele jantar de homenagens solidificou-se uma equipa. E, nas diferentes valências, tarefas e ideias de cada um dos presentes, homenageou-se o elemento essencial e estruturante do que somos – a união. Outras crises tivessem a mesma resposta...